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Diferença entre Absorção e Isolamento Acústico

Qual a diferença entre absorção e isolamento acústico?

Diferença entre Absorção e Isolamento Acústico

A absorção e o isolamento são duas disciplinas diferentes, muitas vezes até complementares, que devem fazer parte de qualquer avaliação acústica de um ambiente. Via de regra, suas soluções integram um tratamento acústico sistêmico, geralmente indicado por um profissional da área.

“A falta de conhecimento sobre os conceitos de ruído é comum, geralmente só nos preocupamos com eles quando enfrentamos problemas reais. No entanto, é importante destacar que um ambiente acusticamente saudável requer a combinação de vários materiais que possuam propriedades absorventes e isolantes”, observa Rafael Furtado, Diretor Comercial da FlexAcustic.

O que é absorção acústica?

Absorção acústica é o tratamento indicado quando se pretende diminuir a energia sonora livre dentro de um espaço. “É um fenômeno pelo qual se transforma parte da energia sonora incidente em fração desprezível de calor. Com isso, o som incidente perde energia depois que colide com um material absorvente”, explica José Augusto Nepomuceno, consultor da Acústica & Sônica.

De forma simplificada, é possível dizer que a absorção acústica é o tratamento feito de “dentro para dentro”. “Em outras palavras, quando precisamos reduzir os ruídos produzidos internamente no ambiente, como o eco, que é chamado tecnicamente de reverberação”, complementa Rafael.

Desse modo, a absorção sonora sempre é feita quando houver a necessidade de reduzir ruídos internos e de melhorar a audibilidade e a inteligibilidade da comunicação entre as pessoas nos ambientes.

Quais são os materiais absorventes?

No dia a dia, a absorção acústica deve ser feita com materiais leves, porosos ou fibrosos. Para cumprir a função de absorção, os materiais mais indicados são: lã de vidro, espumas, forros minerais, cortinas, carpetes e até mesmo o próprio mobiliário.

“A lã de vidro pode ser colocada atrás de ripas de madeira ou de sistemas perfurados. No caso da absorção acústica, as placas ou os sistemas sólidos são utilizados em situações muito específicas”, diz Nepomuceno.

O consultor lembra que é preciso evitar ao máximo o uso de materiais duros, lisos e não porosos se a intenção é absorver o som ambiente. Em uma sala de aula revestida com materiais com essas características, certamente o som perderá pouca energia em cada reflexão, o que fará com que a energia sonora permaneça se propagando por longo tempo.

“Se cada sílaba articulada fica muito tempo se propagando, as sílabas seguintes acabam sendo mascaradas pelo som que ainda está ‘vivo’ na sala. Resultado? O som é embolado e as pessoas não conseguem mais entender o que se fala. É um fenômeno relativamente comum em restaurantes e, também, se repete em aeroportos, estações de trem e de metrô e em hospitais”, lembra.

No mercado, há uma infinidade de soluções absorventes para evitar que esse tipo de problema ocorra. A FlexAcustic, por exemplo, oferece uma ampla linha de produtos como o flexfoam (espuma de melamina expandida acústica e incombustível), o flexwood (painéis de madeira perfurados incombustíveis), o flextex (tecido com tratamento antichama) e o flexceiling (forro de fibra mineral incombustível).

O que é isolamento acústico?

Esse tipo de tratamento deve ser feito sempre quando for necessário reduzir a intromissão do som produzido de um local para outro, ou seja, de “fora para dentro”. Portanto, o isolamento acústico deve ser eficaz para barrar os sons produzidos por fontes como tráfego, casas de máquinas, elevadores, tubulações, equipamentos, vozes, televisão e música, para citar alguns exemplos.

Para minimizar a passagem de som entre dois ambientes, o isolamento acústico pode ser feito a partir do uso de materiais ou de sistemas construtivos como paredes, portas, janelas e lajes. “Esses sistemas evitam a transmissão aérea do som. Mas para as transmissões estruturais, temos que pensar em outras soluções, como o uso de pisos flutuantes”, observa Nepomuceno.

Usualmente quanto mais “pesado” for o material para essa finalidade, melhor seu isolamento acústico. Mas, segundo o consultor, pode-se utilizar sistemas como paredes ou janelas duplas para diminuir a massa do sistema sem deixar de conferir atenuação acústica ao ambiente.

Quais são os materiais isolantes?

Dentre os materiais que são usados com muito sucesso no isolamento acústico estão os vidros laminados e insulados, as portas de madeira maciça ou as metálicas, os blocos e as lajes de concreto. Paredes de drywall, portas, cabines e venezianas acústicas, que fazem parte do portfólio de produtos do Grupo Isar, também são excelentes opções para esse fim.

É muito importante ressaltar que, tanto nas etapas da escolha dos materiais quanto da execução do sistema, uma verificação detalhada deve ser feita a fim de identificar a existência ou não de qualquer tipo de fresta, abertura ou rachadura. Em caso de falhas desse gênero, haverá passagem do som. Portanto, esses elementos construtivos devem ser vedados para aumentar o desempenho de isolamento e minimizar problemas.

“Frestas ao redor de uma porta são críticas e podem reduzir sensivelmente o desempenho acústico dela. Quando instalamos uma porta, não instalamos apenas o painel da porta, mas todo o sistema com batente e frestas ao redor do batente e na soleira”, observa Nepomuceno.

Cuidados complementares

Quando se pretende melhorar a qualidade do som no ambiente, minimizar o burburinho e as reflexões que dificultam o entendimento do que é dito – ou ter um som menos “embolado” –, é quase certo de que o tratamento adequado exigirá materiais de absorção.

Quando se quer reduzir o som gerado em outro ambiente ou no lado externo, e que alcança um determinado receptor, muito provavelmente o ambiente necessitará de materiais de isolamento.

Na maioria das vezes, essas disciplinas são complementares. O ideal, por exemplo, é que uma sala não receba perturbações de um ambiente adjacente ou do exterior, e que as conversas em seu interior sejam entendidas com clareza.

O que um bom projeto de acústica deve levar em consideração é o quanto de absorção e de isolamento o ambiente precisará. “Um hospital próximo a uma via de tráfego ou a um aeroporto, por exemplo, certamente terá uma demanda muito mais elevada de isolamento acústico das fachadas em comparação a um hospital localizado numa zona de baixo nível de ruído externo. Porém, a demanda de isolamento acústico entre apartamentos será a mesma para as duas situações”, exemplifica o consultor.

Por isso, embora os conceitos de absorção e de isolamento tenham ficado mais claros, é preciso muito cuidado na hora de estabelecer um diagnóstico do problema e de escolher as soluções.

Para que não haja dúvidas ou equívocos, o melhor a fazer é contar sempre com a assessoria de um profissional qualificado em acústica. Qualquer erro pode ser desastroso para o ambiente e, consequentemente, para seus usuários.



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